O PRIMEIRO CAMINHO A GENTE NUNCA ESQUECE
Viajar caminhando com os próprios pés, por uma das muitas direções e atalhos que levam a Santiago de Compostela na Galícia, Espanha, é realmente árduo! Mas com certeza na época do Santo Apostolo não tinha muita opção! Porém, se acaso Santiago fosse nosso contemporâneo, certamente iria usufruir de todas as formas e possibilidades que levam o peregrino em estado de peregrinação, a passar dos pés, à bicicleta, ao cavalo, e até mesmo as charretes que ao longo dos caminhos cruzam com os caminhantes solitários ou em grupo, compartindo cenário, beleza e as bolhinhas que aparecem de vez em quando no dorso dos pés.
Caminhar... Caminhar... Caminhar... Ou seja, seguir um dos muitos caminhos que levam a um objetivo final único, que é chegar a Santiago de Compostela após andar no mínimo 100 kilometros durante alguns dias; entrar na catedral gótica monumental; assistir a missa dos peregrinos pontualmente ao meio-dia e receber o título da “Compostela”, com pompas de uma longa fila e atendentes que perguntam um montão de coisas até conceder o papel com o nome pessoal escrito em latim, pode significar muitas coisas, como: entrar em sintonia com a energia pura da natureza!
Sentir o cheiro de mato com incríveis tonalidades de um verde que até parece irreal aos nossos olhos; ouvir o galo cantar; chacoalhar em charco, na lama dos arroios que são muitos...; é sentir um pingo de chuva na cabeça que logo se transforma numa “tremenda tormenta” como alguém bem definiu as tempestades que costumam cair na Galícia.
E muitas vezes nos deixam completamente encharcados até a alma! Por isso é comum se encontrar estranhas formas nos caminhos, pois com a capa de chuva protegendo a mochila, o caminhante pode ser até mesmo confundido com o famoso e conhecido Corcunda de Notredame, o Quasemodo...
No caminho pode-se desfrutar de uma deliciosa gastronomia local, com sabores para todos os gostos; mas o comum para muita gente é a trilogia sagrada composta de pão, vinho e os queijos artesanais, que em cada localidade tem sabor distinto. E frutas como laranja e banana são sempre bem vindas.
Sentir o cheiro de mato com incríveis tonalidades de um verde que até parece irreal aos nossos olhos; ouvir o galo cantar; chacoalhar em charco, na lama dos arroios que são muitos...; é sentir um pingo de chuva na cabeça que logo se transforma numa “tremenda tormenta” como alguém bem definiu as tempestades que costumam cair na Galícia.
E muitas vezes nos deixam completamente encharcados até a alma! Por isso é comum se encontrar estranhas formas nos caminhos, pois com a capa de chuva protegendo a mochila, o caminhante pode ser até mesmo confundido com o famoso e conhecido Corcunda de Notredame, o Quasemodo...
No caminho pode-se desfrutar de uma deliciosa gastronomia local, com sabores para todos os gostos; mas o comum para muita gente é a trilogia sagrada composta de pão, vinho e os queijos artesanais, que em cada localidade tem sabor distinto. E frutas como laranja e banana são sempre bem vindas.
Mas o que não pode faltar nunca na mochila é uma garrafinha de água que alivia o calor e a secura na garganta, sobretudo nas subidas, quando dependendo do nível de dificuldade, muitos caminhantes se ressentem.
Além dos albergues, públicos ou privados, o peregrino conta também com uma rede de hotéis, pousadas e pensões, e até outros serviços, como enviar a mochila de taxi ou bicicleta para o local em que for pousar seu corpo cansado da caminhada, ao final de um longo dia que pode começar desde as 5:30 h da madrugada, para os mais corajosos.
Mas o que fica ao final de todo esse esforço é uma idéia incrível de conexão! E a certeza de que se usufruiu de uma etapa crucial para o resto da vida. Assim é caminhar! É se deparar frente ao sagrado, pois o caminho sutilmente pode conduzir a crentes, não crentes, agnósticos, ateus, os com fé exacerbada etc. etc., a todas as formas de meditação e contemplação mediante o canal natural expandido de acordo com a consciência do caminhante e suas buscas pessoais.
Posso afirmar que foi marcante nessa caminhada, um sentimento profundo de incrível solidariedade humana...; além do que se pode considerar imensa força de vontade, a exemplo de uma senhora francesa com 75 anos, que sozinha fazia sua quinta peregrinação, e segundo explicou, a última imersão no caminho. Mas o caminho segue e seguirá..., sempre haverá adeptos e mais adeptos dispostos a investir na caminhada lúdica para alguns e de fé para outros.
E agora só resta lembrar que na floresta silenciosa, apenas rompido o silencio, com o som dos nossos passos, sempre haverá a possibilidade de se encontrar atrás de um velho tronco de árvore, à nossa espreita, uma Meiguinha (bruxinha da Galícia) a nos observar e até seguir, sorrindo muito e protegendo de todos os perigos da floresta secular. E assim com a permissão e bendição desses pequenos e ocultos seres invisíveis da natureza plena, termino esse pequeno texto escrito com o coração repleto de alegria de ter vivenciado dias em companhia de pessoas com almas sensíveis e engrandecidas por uma áurea de fraternidade e amor universal.
Salamanca, 29 de abril de 2011.
Reginam Claram de Aguiar
Comentários
Pedro
adorei teu blog.
queria ter coragem de fazer compostela
um grande beijo
maze
Muitas saudades de vc minha miga lindaaa....bjos em seu coração!!!
Giani
adoramos ficou wunderbar!!(maravilhoso). Próximo ano eu e Christoph iremos fazer essa caminhada de fé e coragem, já está certo, ainda não sabemos onde iremos começar.
Beijos de sua irmã Kika e cunhado Tom.