quinta-feira, 22 de setembro de 2011

POEMA DE FINAL DE TARDE

Hoje perambulando sob o sol do meio-dia
desta cidade colorida
na pedra de villamayor!
Energia solar outonal!
Inquietude!
Quietude!
Lugares de poder,
fazem lembrar de te em cada esquina!
exercendo em mim
o eterno retorno de um dia ter sido tua!
Simbiose de lembranças!
De momentos!
Tua sombra ainda habita meu ser!
Teu cheiro!
Teu sabor!
Tua boca ávida...
A minha boca se envolvendo na tua
Nessa ágora... Antes, agora, final de tarde.
Procuro tua boca e só encontro o sopro vazio do ar que sopra meu rosto,
Roçando meus lábios!
Lembrando outras tardes!

Porém!
Hoje vives em mim...
Revives ainda a certeza... 
Ilusão...
Utopia...
A verdade de ter sido tua!
Tua sombra ainda habita meu ser!
Repousa com profundidade e força mediúnica,
nas entrelinhas de uma metáfora! Meta... A se viver!
Teus pés pisam por meio da tua sombra que habita meu ser,
O mesmo solo sagrado
Que me trouxe a te!
Atravessando elementos
Terra!
Água!
Oceano de águas, cálidas!
Cheguei a te,
Nas asas da magia... Da Meiga!
E numa tarde...
Com o sol da primavera tocando minha pele e a tua
Despertando aromas distintos que se imbtricaram
Em tardes e noites desta cidade!
Hoje cada monumento é testemunha da dor
Dor que ainda dói!
Desespero!
Correnteza de lágrimas!
E as águas se tornaram frias...


O sol ainda ilumina a tua sombra que vive em meu ser!
E a mesma praça reflete tua presença!
O mesmo banco!
Lugar legitimando
a madrugada em que fui tua por primeira vez...
Tua boca roubando um primeiro beijo!
Teu beijo eternizado naquele banco...
E a fonte ainda jorrando água!
Parece que tudo se paralisou em te!
Na tua força mística!
No teu ser incandescente!
Ser que ainda habita meu ser!
Ainda sinto teu cheiro!
Ainda escuto tua voz!
Ainda sinto teu alento
Ainda sinto teus movimentos!

Tuas mãos em busca das minhas mãos!
Teus pés caminhando junto aos meus!
No mesmo ritmo cadenciado.
O calor do teu corpo aquecendo o frio da cidade!
Te amo! Te quero! Te gosto! Te sinto xamã!
Chama ardente na minha alma desfeita!
Ou alma refeita sempre que
retornas mitificado!
Transcendental!
E me apertas!
E me confirmas!
E sussurras através do vento que sopra discreto,
Não... Não vou te esquecer!
Não... Não quero que te vás de minhas lembranças!

Te amo!

Salamanca, 22 de setembro de 2011.
Regina Clara de Aguiar